“Relaxa, Brasil, apenas a democracia, a economia, e o clima do Planeta Terra estão em jogo. Boa sorte.”
– Brian Winter, um dos mais influentes analistas políticos da América Latina, sobre as eleições.
Saída à Direita?
A notícia.
Com Lula na defensiva, Bolsonaro se sai melhor do que o previsto e chega forte ao 2o turno.
Moendo os grãos.
Com 43,7% dos votos válidos, o presidente Bolsonaro disputará o segundo turno das eleições com o ex-presidente Lula, que cravou 48%, e chegou à frente, mas com uma margem menor do que apontavam as pesquisas. Mesmo após quatro anos de governo, Bolsonaro conseguiu manter os votos que manteve em 2018 e numericamente não perdeu eleitores, foram 50,85 milhões de votos em 2022.
Daqui pra frente.
Nunca houve uma virada no 2o turno, a ver se esta tradição será mantida neste dia 30 de outubro. Desde 1989, foram nove eleições presidenciais e seis segundos turnos, o segundo colocado do 1o turno nunca conseguiu virar o jogo e quem chega em primeiro na segunda votação vence a eleição. Lula chega com 56,53 milhões de votos e Bolsonaro tem agora quatro semanas para alcançar o petista. Suspense até o final.
- Lula venceu em 14 estados, incluindo Minas e todos no Nordeste (maior vitória no Piauí); Bolsonaro venceu no DF e 12 estados, incluindo SP e todos no Centro-Oeste (maior vitória foi no Mato Grosso).
Eu tenho a força.
O atual presidente teve desempenho melhor do que apontavam os principais institutos de pesquisa, e ainda conseguiu eleger aliados e candidatos de seu partido nos principais colégios eleitorais, na Câmara e o Senado. Bolsonaro chega assim ao 2o turno com capital político e fôlego renovado. Pode ser que Lula vença o 2o turno presidencial, mas o bolsonarismo já venceu as eleições.
- O primeiro turno enterra de vez a direita moderada.
Após o resultado eleitoral.
Assim falaram os presidenciáveis:
- Lula (PT): Afirmou que o 2o turno é “apenas prorrogação”, e agora é hora de comparar o seu governo com o governo de Bolsonaro. Alckmin disse que o que está em jogo é o futuro da democracia.
- Bolsonaro (PL): Afirmou que as pesquisas foram “desmoralizadas” e disse aguardar parecer final das Forças Armadas sobre a votação: “vencemos a mentira e temos um segundo tempo pela frente”.
- Simone (MDB): A terceira colocada – com quase 5 milhões de votos (4,2%) – disse que tem lado e não vai se omitir, mas antes conversará com os presidentes de partidos (PSDB, MDB).
- Ciro (PDT): Afirmou que nunca viu situação tão “desafiadora” e que vai consultar seus aliados na próxima horas.
NINHO VAZIO
A notícia.
Após quase 30 anos, PSDB perde o estado de São Paulo.
Moendo os grãos.
Não deu para o partido que por décadas polarizou a política nacional com o PT e governou o Brasil por oitos anos. O governador Rodrigo Garcia, ex-vice de João Doria, marcou 18,4% dos votos válidos e está fora da disputa pelo governo estadual, que será definida entre o ex-ministro de Bolsonaro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). Contrariando pesquisas, Tarcísio chegou forte, à frente de Haddad.
Você já foi a Bahia?
No 4o maior colégio eleitoral do país, o ex-secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues (PT), aliado do atual governador Rui Costa, cresceu na reta final e surpreendeu ao alcançar 49,40% dos votos válidos. Ele enfrentará o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que marcou 40,83%.
Dia 30 de outubro.
Haverá 2o turno para governador ainda em outros 12 estados, incluindo o Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) enfrentará o ex-ministro de Bolsonaro Onyx Lorenzoni (PL) e em Pernambuco, onde Marília Arrases, aliada de Lula, enfrenta Raquel Lyra (SPDB).
Purgatório da Beleza e do Caos
A notícia.
Claudio Castro (PL) é reeleito governador do Rio em primeiro turno com quase 60% dos votos.
Moendo os grãos.
Contrariando pesquisas, o vice de Wilson Witzel, que assumiu após a derrocada do então governador, conseguiu eleger-se em primeiro turno quando as pesquisas apontavam segundo turno entre ele e Marcelo Freixo (PSB), aliado de Lula. Apesar de ter o próprio chefe de polícia Civil preso durante a campanha, Castro levou todas as cidades do estado; na capital, Freixo só venceu Zona Sul, Centro, Méier e Tijuca.
Trem bão.
No maior colégio eleitoral do país, Romeu Zema (Novo) também foi reeleito em Minas Gerais. Após se manter neutro no 1o turno, tudo indica que, agora eleito, Zema ajudará a fazer campanha para Bolsonaro.
- DF e outros 12 estados elegeram (ou reelegeram) também já definiram seus governadores.
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Que País É Esse?
A notícia.
Bolsonarismo-raiz vem forte no Senado – e na Câmara. Dos 27 senadores eleitos, 20 são apoiadores de Bolsonaro.
Moendo os grãos.
Bolsonaro conseguiu eleger sozinho 101 deputados e uma bancada de 20 senadores, sendo 6 ex-ministros ou secretários. O PL, o partido do presidente, ocupa agora a maior bancada da Câmara dos Deputados. O novo Congresso que assume em janeiro está mais radicalizado e mais à direita como não se via há décadas – talvez nunca antes.
No Senado.
Bolsonaro emplacou sozinho a maior bancada da casa, que inclui ex-ministras como Damares Alves (eleita pelo DF) e Teresa Cristina (eleita pelo MT), além ainda do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (eleito pelo RS).
- Simbólico: O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que ficou em lado oposto ao do presidente na pandemia, não conseguiu levar o Senado pelo MT, já o símbolo do negacionismo, o também ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, foi o deputado federal mais votado pelo Rio.
Entre os deputados federais.
O mais votado do país é Nikolas Ferreira, de 26 anos, um novinho bolsonarista antivacina – com 1,47 milhões de votos em Minas. Em SP, Guilherme Boulos (Psol) foi o mais votado, mas três nomes do bolsonarismo-raiz seguem:
- Carla Zambelli, aliada de primeira hora do presidente.
- Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, que deixa de ser deputado mais votado país.
- Ricardo Salles, ex-ministro do Meio-Ambiente, investigado pela PF por esquema de exportação de madeira ilegal, que, por sinal, teve o triplo de votos que Marina Silva, símbolo do ambientalismo.
Novidades também na esquerda.
Pela primeira vez na história, a Câmara dos Deputados terá deputas trans, são elas: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). Já SP elegeu a primeira mulher indígena deputada federal.
Lá fora.
São cerca de 700 mil brasileiros com domicílio eleitoral no exterior aptos a votar. Ou seja, dos 156 milhões de eleitores no Brasil, os brasileiros no exterior representam menos de 0,5% do total no país. Mas nunca se viu um interesse tão grande e muitos fizeram questão de manifestar o seu voto.
- Em Portugal, apoiadores de Lula e Bolsonaro se enfrenaram, mas sem violência. Em Lisboa, um homem invadiu seção eleitoral vizinha e tentou votar pela segunda vez; urna terminou invalidada.
- Filas quilométricas de mais de 3h30 foram registradas em Paris, onde Lula venceu com 77,5% dos votos válidos.
- Na Alemanha, vitória expressiva de Lula com quase 70% no país e 81,9 % na capital Berlim.
- Na Oceania, Lula venceu na Austrália e na Nova Zelândia. Na Ásia, Bolsonaro venceu em Tóquio, Lula levou capital chinesa e Coreia do Sul.
And the winner is.
Premiado por suas descobertas sobre o genoma de ancestrais humanos extintos, o cientista sueco Svante Pääbo ganhou hoje o Prêmio Nobel 2022 em Medicina. Amanhã será anunciado o Nobel de Física.
Yes, I do.
Terminando… nova lei que permite casamentos via Zoom em Utah vem beneficiado casais LGBTQ na China
- Já que não há requisitos de cidadania para a licença matrimonial no estado.
Dropping demons.
Para terminar, Lil Nas X parou o show para fazer ‘número 2’ e deixou o palco. Quem nunca?