“Histórias culturalmente específicas.”
– LeBron James e Naomi Osaka uniram forças para lançar uma produtora de streaming. Champion stories.
Rowing Back Roe
A notícia.
Protestos pelo direito ao aborto continuam nos EUA; clínicas de aborto têm fechado em dezenas de estados.
Moendo os grãos.
Quatro dias após a derrubada de Roe v. Wade – o julgamento que legalizou o aborto nos EUA em 1973 –, diversos estados americanos se mexem para implementar ou bloquear leis que, de fato, ponham fim ao abortamento. São as chamadas ‘leis de gatilho’ que estão presentes em mais de 18 estados. Cerca de 11 estados já baniram o aborto por completo, inclusive em caso de estupro, incesto e mesmo que a gravidez ponha em risco a saúde da mulher.
- As ‘leis de gatilho’ são leis que datam ainda da era pré-Row, ou foram criadas depois, e são acionadas tão logo seja extinta a constitucionalidade do direito ao aborto.
Lembrando.
Na semana passada, por 6 a 3, a maioria conservadora da mais alta instância do Judiciário americano acabou com meio século de garantia constitucional ao aborto. Ou seja, a histórica decisão que legalizou o aborto em 1973 (até entre 22 e 24 semanas de gestação), o caso Roe X Wade, foi jogado na lata de lixo da História. Ao revogar Roe, o Supremo não criminalizou o aborto, mas derrubou a sua proteção constitucional, colocando tal questão sobre o colo dos estados.
Por exemplo.
No Mississipi, o procurador-geral do estado anunciou que a lei de gatilho já estará valendo em 8 dias, e todos os tipos de aborto estão proibidos – exceto estupro ou risco de vida à mulher. Já em Louisiana, um juiz bloqueou ontem a lei que já deveria ter entrado em efeito no mesmo dia da decisão do Supremo. Na Flórida, grupo pró-aborto entrou na Justiça para tentar bloquear a lei que entrará em vigor nesta sexta-feira.
- 11 estados americanos agora possuem leis anti-aborto similares a de países teocráticos como Afeganistão e Irã.
Os EUA Pós-Roe
A notícia.
A briga e enorme tensão entre estados é algo não visto desde a escravidão.
Moendo os grãos.
Diversos estados, como Arizona, Arkansas e Texas, passaram a restringir as pílulas anticoncepcionais e tornaram ilegal a entrega pelos Correios. No Missouri, deputados estaduais planejam uma nova lei que torna ilegal aos residentes no estado realizar aborto em outro estado – também se tornaria crime ajudar alguém a abortar através das fronteiras estaduais.
Contra-ataque.
Em resposta, procuradores-gerais de 22 estados se juntaram em uma aliança para defender os direitos ao aborto. Na Califórnia, o governador assinou uma nova lei para proteger pacientes e médicos contra processos iniciados por outros entes federativos. Outra lei em andamento protegeria profissionais de saúde que ofereçam atendimento via teleconsulta em estados onde o aborto tenha se tornado ilegal.
- Os governadores do Oregon e Washington se juntaram à Califórnia e falaram em “compromisso com a liberdade reprodutiva”. Eles planejam aprovar uma série de leis que incluiria a recusa de extraditar pessoas para estados com proibição ao aborto.
Vou Dar a Volta no Mundo
A notícia.
A revogação do direito ao aborto pelo Supremo coloca os EUA na contramão das grandes democracias ocidentais.
Moendo os grãos.
A decisão da Suprema Corte diz respeito a uma única nação, mas o veredito reverberou por todo o planeta e levou líderes dos principais países a se posicionar. Os EUA se juntam agora a um pequeno grupo de países como Rússia, Coreia do Norte e Nicarágua, que cercearam o direito ao aborto nas últimas décadas – enquanto a maioria das nações aumentou o acesso ao aborto seguro.
- “Aborto é direito fundamental de todas as mulheres. Necessita ser protegido.” – Emmanuel Macron da França.
- “Sempre acreditei no direito da mulher de fazer a sua escolha, e é por isso que no Reino Unido são estas as leis que vigoram.” – Boris Johnson da Grã-Bretanha.
- “Meu coração está com as milhões de mulheres americanas que perderam seu direito legal ao aborto. Não consigo imaginar o medo e a raiva de vocês.” – Justin Trudeau do Canadá.
- “Não podemos jamais assumir que direitos conquistados não podem ser retirados. Mulheres precisam decidir livremente sobre as suas vidas.” – Pedro Sánchez da Espanha.
Ontem eu sonhei que estava em Moscou.
Dançando pagode russo: Após meses contornando as muitas sanções econômicas, não deu para a Rússia, que entrou em calote ontem pela primeira vez desde 1918. No domingo, venceu cerca de US$ 100 milhões em juros de uma dívida que expirou em maio. Em tempo, míssil russo atingiu um shopping center na Ucrânia; mil civis estavam no local, de acordo com o presidente ucraniano.
- Começou o G7 ontem na Alemanha, e a Ucrânia voltou a pedir mais armamento aos países do grupo.
Premonição.
Bolsonaro assinou ontem decreto para se blindar de eventual crime eleitoral. Já o maior fundo de financiamento à Ciência teve 44% de seus recursos bloqueados. Em tempo, o Ministério Público pediu que a investigação do ex-ministro da Educação, Milton Riberio, seja enviado ao Supremo, após suposto vazamento e suspeita de interferência de Bolsonaro no caso – o presidente ligou para Milton falando em “pressentimento” sobre a operação.
Eu vou expor você.
Vítima de perversidade absurda, a atriz Klara Castanho, de 21 anos – que sofreu um estupro e então colocou o bebê para adoção –, foi atacada e exposta de forma vil na internet. Ainda no hospital, uma enfermeira tentou extorqui-la; a atriz então se tornou alvo do colunista Leo Dias e da youtuber e ativista de extrema-direita Antônia Fontenele, que resolveram revelar toda a história sem qualquer tipo de ressalva. O Conselho de Enfermagem de SP investigará o vazamento de dados.
Meu passado me condena.
Terminando… Nelson Piquet usou termo racista para se referir a Lewis Hamilton.
Let’s catch up.
Para terminar, picolé de ketchup.